O que é o Kelp? Entende-se por Kelp, algas castanhas gigantescas de águas frias e ricas em nutrientes, que formam florestas subaquáticas de enorme dimensão e com grande diversidade, chegando aos 65 metros de altura.
Isto sim, é o Kelp, que tem um problema de “publicidade”, pois está escondido debaixo da superfície, o que leva a que o público em geral desconheça estas magníficas florestas subaquáticas. Laminaria hyperborea é o principal género de Kelp, e as suas florestas (desta e das outras espécies conjuntas) formam ecossistemas preciosos para a biodiversidade marinha a nível planetário.
As florestas de Kelp são importantes para a regulação marinha, pois são bons produtores primários, transformando a energia solar em matéria orgânica, usada nas cadeias alimentares da vida marinha. Estas algas captam enormes quantidades de dióxido de carbono e libertam oxigénio, contribuindo assim para a regulação do efeito de estufa da atmosfera.
As algas têm uma estrutura de fixação, que é a base, uma estrutura de suporte, que é o estipe, e uma outra estrutura importante para a fotossíntese, que é a lâmina. Todo o Kelp tem diferentes colorações, textura e dimensões na sua estruturação, o que diferencia as espécies.
Espécies de kelp em Portugal:
Laminaria hyperborea
Laminaria Ochroleuca
Saccorhiza Polyschides
Saccharina latíssima
Phyllariopsis brevipes
Phyllariopsis purpurascens
Undaria pinnatifida
As florestas de Kelp
Inúmeras espécies dependem destas florestas para alimentação e refúgio, especialmente os pequenos peixes, invertebrados e os seus predadores. Estas florestas são também importantes a nível económico, pois atraem espécies de elevado valor comercial para a pesca, como os robalos e as corvinas. Do kelp são ainda extraídos produtos utilizados na alimentação, cosmética e indústria. Nos últimos séculos, a utilização de Kelp como fertilizante de solos (moliço), foi uma actividade muito comum em Portugal. Actualmente a apanha destas algas é feita apenas por alguns agricultores da costa Norte. Desde 1970 que as florestas de Kelp entraram em declínio, quase desaparecendo. O contributo português para recolher dados sobre kelp vem do centro de ciências do mar do Algarve.
Projecto Findkelp
Segundo site findkelp.org o Projecto Findkelp surgiu para conhecer melhor as florestas de Kelp da costa portuguesa e promover a sua conservação. Trata-se de um projecto científico e inovador que fomentou a participação dos cidadãos em acções de conservação da Natureza. Um espaço de intercâmbio de conhecimento para quem ama o mar. Os objectivos do projecto consistem em estudar o estado de conservação das florestas de kelp em Portugal continental através da participação da comunidade. Durante o ano de 2008 decorreu o Projecto Findkelp, uma iniciativa do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) e Universidade do Algarve, ligada ao projecto Ecokelp (Station Biologique de Roscoff, CNRS), executada por Gobius – Comunicação e Ciência e financiada por ANR e Fundação Projecto AWARE. O Objectivo era avaliar o estado das florestas de laminárias em Portugal e o desafio lançado era muito simples, informar o projecto sempre que se observasse uma floresta de laminárias.
Os objectivos do projecto consistiram em estudar o estado de conservação das florestas de kelp em Portugal continental através da participação comunitária, de observações de campo e de análises estatísticas e sistemas de informação geográfica. Um objectivo importante foi o de informar e divulgar a importância da preservação das florestas de Kelp para o equilíbrio dos ecossistemas dos nossos Oceanos.
Agora pensemos: no fundo, qual a importância do Kelp para as nossas vidas? Alguns poderiam argumentar: “bem, que benefício isso me traz?”. A verdade é que, tal como foi dito, as florestas de Kelp têm vindo a desaparecer nas últimas décadas na costa portuguesa, em parte por razões naturais, mas também pelas consequências da poluição marítima. E, sim, também existe a desflorestação marítima, pois a poluição pode gerar o desaparecimento destas florestas. Mas, ainda hoje, é tudo muito incerto e é, sem dúvida, necessária maior investigação para termos a certeza da dinâmica biológica do Kelp. Encorajamos com todo o fervor as iniciativas como o Projecto Findkelp, e que todos, não só os biólogos marinhos, participem, dentro das suas possibilidades neste projecto, com um coração de voluntário. Os benefícios? Conhecer o mar, respeitá-lo, estudá-lo e preservá-lo, pois todos somos responsáveis pelo futuro dos oceanos.
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